segunda-feira, outubro 19, 2009

Estranho

Pudesse eu mudar esta minha forma de ser, diferente de como sou, fora de ser, sem nem sequer pensar nesta estranha forma de conviver, sem deixar por mim, por fora de mim toda a forma como sou.
Pudesse, faria eu maior e mais estranha coisa, tremenda exaltação de toda a verdade remexendo com esse sentimento que vou escondendo e sentido e escondendo e prometendo não me esconder diria tudo e sem dizer assim me fico meio escondido talvez até assustado dessa mera verdade que me cava a mente.
Pudesse, sem poder, nem sei como o faria, pois ao olhar para ti todo eu me derreto, nada sem mais, nada sem menos, perco-me, só me saem baboseiras, nem uma conversa sei ter a meias, quase que salivo em desespero pois nem a mais simples palavra consigo pronunciar.
Pudesse eu dizer isso, sei que te irias esconder, irias querer fugir de mim e no entanto nem estas aqui perto torna-se ao revolto tal sentimento de estranha inconstância, nada sei senão o que deitar a perder.
Pudesse eu, sei que o faria, haveria de me sair a ferros, quase que havia de me parar o coração, não sei de que outro modo dizer tal coisa, é a consequente de toda a coisa que me vai cá dentro.
Pudesse eu, que me ria…
Pudesse eu, sei que sairá com ironia…
Pudesse eu não sentir saudades, ter-te aqui todo o dia, pudesse eu talvez rever todas as coisas fazer-te sorrir todo o dia, talvez me deixa-se de ser tão lamechas ou apenas seria conforme o que tu dirias…
Pudesse, pararia de escrever de tal maneira, haveria de te retratar, haveria de te dizer que és bela, desde a hora que o sol se eleva até à hora em que se esmorece…
Se me deixasses, nem sei se sorririas, nem sei que olhar farias, nem sei como me olharias, nem sei nada pois tudo é senão um volte-face e assim se treme toda a razão e podendo, poderia e sem poder me deixo assim calado…
Podendo, sei que saberias o que te diria e nem o direi uma única vez mais só para ti sorriria…
Pudesse eu, e posso dizer-te que és assim bela, és tu unicamente tu singularmente tu e tão só e mais nada que tu.
Que me deixe nesta declamação, haverei de parecer demente com tal declaração, nem sei se assim poderia, talvez algum dia, estar assim perto do teu abraço e talvez ter-te entre os meus braços…
Como é estranho este sentimento…