quinta-feira, abril 09, 2009

Lua vermelha, Lua negra

O sangue cobre estas ruas.
Tal como cobre o teu olhar…

Lua Vermelha, tenebrosa…
Que ás de ser tu se não a nossa perdição?

Esse momento tão distante…
Que devemos olvidar…

O sangue…
O seu cheiro, a sua cor, o seu sabor…

Tudo se confunde no ar quente desta noite…
E a lua vermelha reflecte-se no teu olhar…

Lágrimas vermelhas escorrem pela tua face…
Qual preciosos rubis as irei guardar…

Dá-me assim a eterna noite, dessa lua tenebrosa…
Dá-me assim o precioso sangue, a vida maldita…

A lua reflecte-se no teu olhar…
És a Deusa de Sangue, Terror e Sedução…

Lua Vermelha, Lua Negra…
És tu a Lua desta noite…

Senhora Vermelha de vestido Negro…
Tentação final…

E a lua vermelha, reflectida no teu olhar…
Foi por ti pintada, doce meretriz de perdição…

quarta-feira, abril 08, 2009

Sem rima, medida ou ritmo.

A minha mente, esta fora daqui.
A viajar por terras distantes, tão distantes como o teu mundo.
Deixei este corpo.
Desconheço o seu paradeiro…

Que se encontre perdido, destroçado, bem guardado ou enclausurado.
Nada disso é mais ou menos que um facto adormecido, tal como esse corpo perdido…
Sinto-me a flutuar.
Vagueio por esse mar celeste com polvilhados de branco neve, gelados como este coração dormente.

E então penso, reflicto e avalio toda a situação…
Questiono e indago…
Renuncio ou não a esta existência?...
Sinto-me doente e dormente, demente e decadente, desligado de tudo existente em absolutamente nada…

Vagueio então a deriva, calmamente por essa tempestade perfeita.
Confortavelmente em silencio, ociosamente em solidão…
Desliguei-me do meu mundo, dediquei-me a errar pelo teu, caminhando ao ritmo das estações, observando os sons da vida.

Deixei-me dormir.
Enganei o caminho da vida…
Deixei-me dormir sem ti…
E esse, foi o sono e o sonho final.