Escavo-me pelo meio das minhas velhas folhas, lançadas ao vento poisadas pelo chão, sobre a secretária cheias de palavras e letras de ideias e contradições de coisas que vou lendo, revendo, relembrando, repensando e reconsiderando.
Sinto-me escravo disso que não conheço, pergunto-me, se existe um fado, se existe uma total impossibilidade de controlarmos o que fazemos e o que acontece.
Desconheço e tento não crer, surge me como uma ideia absurda que tudo o que se faça esteja já a partida decidido ou que seja simplesmente cosido por figuras fantásticas escondidas por detrás do véu.
Rodopio na cadeira, sinto-me sinceramente sonolento, não sei explicar isto, não sei, não mo peçam.
Conforto-me no véu nocturno celeste, nesse pontilhado mil, na eterna amante e musa dos poetas, na sonolência de tudo o que existe numa memória mais calma onde faltou um caderno, uma folha e uma caneta para escrever o que se ia passando.
Tempus Fugit.
Segue-se esse abandonar dos sentidos, o abraçar do sono, a benevolência dos sonhos, a violência dos pesadelos…
Como sonho em vaguear…
Como sonho em naufragar…
Não sei.
Segue-se o suave balançar das ondas…
O conforto do desconhecido, a certeza do infinito.
O silencio, o som dos pensamentos, o som suave do vento corrente, o ar fresco mas não refrescante, o tempo quente mas não sufocante.
Não quero o amanha.
Gosto desta noite, em sítio nenhum, em todo o sítio que me possa recordar…
Sinto-me dormente num barco de remos, abandonado ao suave aconchego das ondas.
Gostaria de evocar uma precipitação de sensações, contudo, tudo se resumo ao que sinto de momento.
Nada que possa explicar.
Assim, em espasmo momentâneo resta-me isto:
Deixem-me dormir, estou cruelmente acordado.
sábado, fevereiro 28, 2009
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Não sei, não perguntes.
Não me faças perguntas para as quais não queres respostas.
Pois sou de uma sadicidade imoral e de uma moral ultrajante.
Não me coloques questões para as quais já conheces as respostas.
Pois tudo o que diga fará feridas que não apagarás.
Não procures respostas para aquilo que desconheces.
Comigo essas respostas serão algo que não pretendes.
Não me perguntes nada.
Neste momento sou vazio.
Neste momento sou medo.
Neste momento sou o desconhecido.
Não me perguntes o significado do que não irás compreender.
Neste momento desenhar-te-hei mil respostas fatídicas.
Neste momento pintarei o quadro de preto e o céu de vermelho.
Neste momento ignorarei o teu choro e sorverei as tuas lágrimas.
Não queiras respostas.
Podes não gostar do que te vou dizer.
Pois sou de uma sadicidade imoral e de uma moral ultrajante.
Não me coloques questões para as quais já conheces as respostas.
Pois tudo o que diga fará feridas que não apagarás.
Não procures respostas para aquilo que desconheces.
Comigo essas respostas serão algo que não pretendes.
Não me perguntes nada.
Neste momento sou vazio.
Neste momento sou medo.
Neste momento sou o desconhecido.
Não me perguntes o significado do que não irás compreender.
Neste momento desenhar-te-hei mil respostas fatídicas.
Neste momento pintarei o quadro de preto e o céu de vermelho.
Neste momento ignorarei o teu choro e sorverei as tuas lágrimas.
Não queiras respostas.
Podes não gostar do que te vou dizer.
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Prefácio da maldição
Prefácio da maldição, conhecimento de toda a loucura…
Insinuação da incerteza, descontentamento da beleza, sobreposição da pureza, sublimação da manipulação, extrema certeza da estupidez, estranho conhecimento da verdade.
A dança maldita de histórias semeadas ao vento, colhidas na tempestade, remoídas, revolvidas, recontadas, reescritas em suma repugnantes…
O desaparecimento da verdade, o caminho, não! A vida da mentira, os longos curtos passos da falsidade, os imbróglios de quem engana a falsidade falácia, o horror, o temor, a vergonha da verdade…
O vendaval de mudanças, as coisas que se constroem nas dunas das praias, as ondas gigantes que as arrasam…
A dança maquiavélica dos momentos, o desconhecimento de todos os tons, as meias palavras, as frases por concluir, os segredos de medo, o terror da unificação…
O tomar algo como decidido, as coisas contadas, as palavras que jorram, as mentiras mal contadas…
O conhecimento…
A conclusão…
A negação…
A exclusão…
A certeza da verdade, a calma de uma consciência…
A complicação de quem lê, os duplos sentidos, a facilidade de interpretar…
O amor…
O ódio…
A dor…
A solidão…
O retorno…
A devoção…
A loucura…
Nada, nada deverá fazer sentido, nada jamais será concluído, o jogo perpétuo da ilusão, a facilidade de criar realidades, a facilidade de escapar de si mesmo, a preferência de manipular, de humilhar, de castigar por capricho, de gozar…
A tenacidade, a pobreza não monetária, a pobreza de espírito, a pobreza de humildade, a pobreza de capacidade humana…
A inépcia…
Reescrevam como preferirem.
Interpretem segundo julgarem.
Ainda assim, quem tomar este todo por uma parte, quem puder dele tirar uma ilação que mo diga, veremos depois, em concilio sereno, as verdades destas razões.
Insinuação da incerteza, descontentamento da beleza, sobreposição da pureza, sublimação da manipulação, extrema certeza da estupidez, estranho conhecimento da verdade.
A dança maldita de histórias semeadas ao vento, colhidas na tempestade, remoídas, revolvidas, recontadas, reescritas em suma repugnantes…
O desaparecimento da verdade, o caminho, não! A vida da mentira, os longos curtos passos da falsidade, os imbróglios de quem engana a falsidade falácia, o horror, o temor, a vergonha da verdade…
O vendaval de mudanças, as coisas que se constroem nas dunas das praias, as ondas gigantes que as arrasam…
A dança maquiavélica dos momentos, o desconhecimento de todos os tons, as meias palavras, as frases por concluir, os segredos de medo, o terror da unificação…
O tomar algo como decidido, as coisas contadas, as palavras que jorram, as mentiras mal contadas…
O conhecimento…
A conclusão…
A negação…
A exclusão…
A certeza da verdade, a calma de uma consciência…
A complicação de quem lê, os duplos sentidos, a facilidade de interpretar…
O amor…
O ódio…
A dor…
A solidão…
O retorno…
A devoção…
A loucura…
Nada, nada deverá fazer sentido, nada jamais será concluído, o jogo perpétuo da ilusão, a facilidade de criar realidades, a facilidade de escapar de si mesmo, a preferência de manipular, de humilhar, de castigar por capricho, de gozar…
A tenacidade, a pobreza não monetária, a pobreza de espírito, a pobreza de humildade, a pobreza de capacidade humana…
A inépcia…
Reescrevam como preferirem.
Interpretem segundo julgarem.
Ainda assim, quem tomar este todo por uma parte, quem puder dele tirar uma ilação que mo diga, veremos depois, em concilio sereno, as verdades destas razões.
Vivenda Mortis
Moro numa casa de lágrimas, com paredes forradas de medo…
Moro numa casa de mentiras, com janelas de ilusão…
Moro numa casa de tristeza, desconcertado lar do coração…
Moro numa casa de pesadelos, com paredes de maldição…
Moro numa casa de terror, porta a porta com a solidão…
Moro numa casa de intrigas, com inquilinos de traição…
Moro numa casa vazia…
Com que enche-la?
Com que mantê-la?
Porque morar nela?
Moro numa casa de mentiras, com janelas de ilusão…
Moro numa casa de tristeza, desconcertado lar do coração…
Moro numa casa de pesadelos, com paredes de maldição…
Moro numa casa de terror, porta a porta com a solidão…
Moro numa casa de intrigas, com inquilinos de traição…
Moro numa casa vazia…
Com que enche-la?
Com que mantê-la?
Porque morar nela?
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