Segue o seu caminho, enfim
Qual cadáver animado
Simples concha sem alma
Cárcere rompido e corrupto
Que se arrasta por entre a lama da vida
E todos o olham com olhos ignorantes
Pensando que não sofre mais que uma leve patologia…
Assim é este ser corpóreo
De tez incerta
Medula corrompida
E triste olhos lacrimejando os horrores desta vida
E ainda assim um sorriso ao amigo quando necessário…
Assume um lado sinistro
Um sorriso caloroso mas triste
Um olhar distante mas presente
Uma presença constantemente inconstante.
O seu coração não é mais que engrenagens
que giram sobre um eixo calcinado e desgovernado
Que anseiam por parar
E deixar a sua existência ao abrigo do Inverno
Pois o Verão queimou o que foi plantado no Outono e o que a Primavera tratou…
Chora
As lágrimas correm o seu rosto
Por essa pele maltratada pelo tempo e doente pela vida…
Chora por um amor ausente e inconstante
Que nunca teve como seu
Mas que sempre desejou
Mas assim perdeu a sua vida
O seu amor a sua esperança
A esse amor maldito que amou de corpo e alma…
Quem te dera amar esse ódio, como amas esse amor…